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Mostrando postagens de março, 2016

Triste assim...

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Às vezes, bate uma tristeza de tão triste, triste assim. Tão quieta e parada, torcida nos músculos do peito. Irmã gêmea da dor, pusilânime se aquieta dentro. O silêncio por irmão, a alma parada, entorpecida. Este sino que não bate compassado, esta hora tardia. De uma voz que morre-enterra quimeras e luares. Não há música, nem colibris, pálidos pardais cinzas. Uma bagatela de soldados de chumbo caminham P A R A L E L O S E a noite, irmã mais velha, chega sorrateira e negra. Envolve as músicas dos vizinhos, o sertanejo canta. Aquela estrofe continuada, martelada, ritmada. O terno olhar se estende e dobra num sono morno. Pernas encolhidas, dentes cerrados hora de adeus. Uma longínqua espera do candelabro dourado, suspenso em auréolas A M A R E L A S .., Um ouro quente adocicado e a harpia toca E o sino tange, a missa reza, o homem sangra, a pele estica e enruga num v a i v é m - m

Haja primaveras de março!

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Março, Chegou com um gosto de terra E chuva hasteada nas plantações Vento ligeiro perpassando pernas Arranhões no asfalto Legítimas vontades! Águas e março, Já sabia o poeta maior. Levando paus e pedras, Oscilação de varais. Noturno gela as fímbrias forças dos pés Convite soturno ao acasalamento Deitado em açoite de faca e fuzil Diurno penitente clama o sol, Que atende formando arco-íris, arrebol. E uma paixão acende pedindo açucenas. Onde nesta estação? Azulejar muros, cantar canções, esperar. cMaior mês inicial marca alegre sorrateiro Mudanças extensas, figueiras, cromos e saladas. Deixemo-lo navegar em suas águas. Corramos ao seu encalço descendo enxurradas. Façamos o contraditório dia-noite intervir Na vida das pessoas que sobreviveram a Março, Marco plural, cheirando à Marte, vermelho e enxofre. k.t.n. in meses cheirando náuseas

Linhas indiscretas

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Estas linhas antigas ocuparam quadris. Mexeram e remexeram os corpos suados. Deitaram à mesa ameixas e pêssegos, Na forma das moças a enfeitar bandejas. O que era das meninas gentis? Dama em camélias, sonhadoras sutis... Inverteram os nomes, rebolaram travessas, Pertencem a um tempo em que não se diz. Semoventes em feixes agregam sementes, Quem sabe brotar num outro porvir?. A vida que segue, o homem que canta São linhas indiscretas balançando coqueiros Cheirando à fumaça do vapor do asfalto, Quebrando os requebros das moças mulatas. k.t.n. in sem nome