Entre espelhos


Entre espelhos, uma face!


Vejo por entre espelhos.
Fracionados no teto.
Arrependidos e estilhaçados. 
Imagens multicores, difusas, esparsas. 
Corpos em profusão, lição de belo.
Entre espelhos o outro.
Entre eles Narciso.


Vejo entre espelhos

 e não dói mais do que uma picada de agulha.


Entre espelhos nado

 refletida pelo sol. 
Experimento o olhar do outro. 
O mesmo habitante 
que mora em mim. 
Que se vai ao longe, 
ou que foi. 
Mas há caminhos e voltas, 
volteios...
Entre espelhos é uma permissão.


Um fato inesquecível, 

refletido.
Em retinas lúcidas
 o papel do palhaço.

Uma dor e um amor. 
Uma vida e sangue. 
Cacos e inteireza. 
Partes, muitas divididas 
formando um todo esquizofrênico
e amigo dos peixes.


Uma visão, noturna e soturna. 

Um cantar esquelético derretendo gorduras. 
Brilho e pontas, 
Entre espelhos vejo um mundo.

 k.t.n. in proposição

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